Turra acredita em superação do momento de crise; comunicação é trunfo para setor se defender
A reversão da espiral negativa em torno do clima de crise setorial foi a principal defesa do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, durante sua apresentação no Global Agribusiness Forum (GAF), na terça-feira (24), em São Paulo (SP).
Palestrando no painel “O consumo de proteína direcionando a expansão agrícola”, o ex-ministro da Agricultura no governo FHC destacou uma mudança de postura setorial em relação aos problemas de imagem enfrentados nos últimos meses. “Acredito que o Brasil aprendeu uma lição: de passar a defender o seu produtor e o seu produto. Às vezes, nós pegamos uma exceção e fazemos um baita estrago lá fora”, disse ele, conforme comunicado de imprensa da entidade.
Turra fez uma reflexão sobre o histórico do setor produtivo, que ao longo de 40 anos exportou mais de 60 milhões de toneladas de carne de frango e 9,3 milhões de toneladas de carne suína, e nunca registrou qualquer caso de problema de saúde pública comprovadamente vinculado aos produtos embarcados a 203 países nos cinco continentes. “Ao longo de quatro décadas, nós nunca tivemos problemas que envergonhassem o nosso setor.”
O presidente da ABPA afirmou que os problemas pontuais, transformados na divulgação à imprensa como uma situação generalizada, mostram a importância de uma reversão da postura brasileira em torno de questões internas. “Nós não aplaudimos quem tem más práticas, comete irregularidades. Não aplaudimos, jamais. Quem é global não pode errar! Mas e os outros países, estão imunes de problemas? Não. Veja os casos de Salmonella nos EUA, de influenza aviária e até problemas de qualidade com proteínas animais na Europa. Mas não vendem para nós essas informações com a mesma crueza que nós vendemos lá fora. Não chegam com a mesma intensidade que chegam as nossas notícias por lá. Eu vi reproduzido no México a mesma manchete: Brasil vende carne podre para o mundo. Uma mentira, propagada. Mas é uma lição para nós, como nação, sobre a importância de se defender diante dessas inverdades”, discursou.
O dirigente destacou ainda os diferenciais competitivos como caminho para a retomada. “Há poucos anos estávamos no terceiro lugar em produção de carne de aves no mundo. A China estava na frente, era o segundo maior produtor. Hoje, somos nós, e continuamos a liderar o comércio internacional avícola. Somos fortes, também, na produção e na exportação de carne suína. Somos diferenciados, nunca tivemos casos de influenza aviária e somos livres de várias doenças no setor de suínos. Nosso setor, o agronegócio, tem fundamento na ciência, na tecnologia e na inovação. Tenho toda crença de que vamos superar este momento”, finalizou. Com o presidente da ABPA, participaram do painel a secretária-geral do International Poultry Council, Marília Rangel, o CEO da Minerva S.A., Fernando Galletti de Queiroz, e o consultor para o Desenvolvimento Sustentável entre Brasil e Alemanha, Bernd dos Santos Mayer. O painel foi moderado por Arnaldo Borges, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). (Leia mais: https://bit.ly/2LPzBBO)
Fonte: CarneTec