Pernambuco é 1º estado do NE a criar Plano de Contingência da Avicultura
O primeiro Plano de Contingência da Avicultura Pernambucana, feito para orientar produtores sobre situações de surtos como o da gripe aviária, que tem atingido criadouros ao redor do mundo, foi apresentado durante a 8ª Feira da Avicultura e Suinocultura do Nordeste.
Organizada pela Associação Avícola de Pernambuco (AVIPE), a proposta é coordenada por Bruno Pessamilio, especialista em Defesa Agropecuária Animal com 16 anos de experiência no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Pernambuco é o primeiro estado de toda a região Nordeste a elaborar um plano de contingência para a avicultura.
Neste ano, a Feira da Avicultura e Suinocultura ocorreu de 17 a 19 de setembro, no Complexo de Combustíveis Cruzeiro, localizado no município de Tacaimbó, agreste pernambucano. O evento reuniu representantes de todos os estados do Nordeste, Norte, Centro-Oeste e Sudeste do País.
O projeto foi visto por Eduardo Valença, CEO da feira, como “algo altamente importante para o setor”. “O Plano de Contingência é formatado por profissionais da área e está sendo coordenado por um grande nome do ramo. Pessamilio já fez parte do Ministério da Agricultura e tem know-how para criar o projeto”.
Valença explica que “caso venha acontecer um surto de gripe aviária em Pernambuco”, “o plano dá o norte ao produtor para que ele possa ter noção do que fazer no caso de uma doença como essa” — e também para outras situações emergenciais.
Poucos estados possuem um Plano de Contingência. “São exemplos Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul. E agora Pernambuco”, pontua Valença.
O plano é para associados e não associados da AVIPE. E o porquê é simples: “é um problema que se estende e acaba afetando todo mundo. Porque se alguém vier a ter algum surto pandêmico, vai acabar sobrando para outras pessoas.”
Feira da Avicultura e Suinocultura
Em 2024, o tema da feira, que teve entrada gratuita, foi “Parcerias para o fortalecimento e infraestrutura”. No evento, também aconteceu o 2º Simpósio Nordestino de Avicultura e Suinocultura.
De palestras e workshops à exposição dos mais novos produtos do ramo, a conferência deste ano conta com quase 20 atividades, divididas durante os três dias de feira. No ano passado, a mostra movimentou mais de R$ 200 milhões em negócios e contou com a presença de mais de 4 mil participantes, entre eles, produtores de aves, ovos e suínos de todos os estados da região.
Para este ano, a expectativa é, segundo Valença, “de superar o que a gente viu ano passado”. Ele explica que tanto em números de estandes quanto de inscritos prévios um recorde já foi atingido.
“Comparado ao ano passado, estamos em 2024 com 70 estandes de empresas multinacionais e nacionais, vindas de todas as regiões do país, além de inscritos, produtores e pessoas afins do setor dos ovos e suínos, de todo o Nordeste. Só para o setor de palestras, já temos 1250 pessoas inscritas.”
Sobre a movimentação em reais, a organização espera que “se mantenha, pelo menos, os mesmos R$ 200 milhões que a gente teve no ano passado”. A afirmativa é justificada por Valença porque “no momento, os bancos não estão com a mesma disponibilidade de financiamento do ano passado”.
Um dos setores é o de máquinas agrícolas, que, atualmente, estão sem linha de financiamento.
Aves e suínos: o segredo do PIB pernambucano
Pernambuco fechou o segundo trimestre deste ano com um crescimento de 4,1% em seu Produto Interno Bruto (PIB). O aumento foi maior do que o do Brasil, que para o mesmo período de 2024, apresentou um crescimento de 3,3% para o indicador.
Segundo a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), responsável pelo cálculo do indicador no estado, a alta foi puxada, principalmente, pelo setor da agropecuária, com taxa de 22%. Sobretudo para as atividades da pecuária de ovos e também avicultura.
Valença entende que “a feira já é um resultado desse crescimento”. “Como Pernambuco é o maior produtor de aves e ovos do Nordeste, então concentramos aqui boa parte das principais granjas do setor”.
A feira une o útil ao agradável permitindo com que “empresas fornecedoras tanto promovam seus produtos como também façam networking fortalecendo os laços com seus clientes”.
“É um grande momento de confraternização, de aprendizagem e também de novos contatos para as empresas. Aqui a gente recebe do pequeno ao grande produtor. Isso inclui desde um produtor de 1.000 aves, de 200 suínos, até gente que tem 6, 10 milhões de aves”, detalha.
Fonte: Movimento Econômico / Assíria Florêncio
https://movimentoeconomico.com.br/geral/redacao/2024/09/17/avicultura-pe/
Foto: Eduardo Valença / AviculturaDoNordeste.com.br