Conhecimento e tecnologia em prol da produção de milho no Estado – (AVIPE na Mídia)

Iniciativa da Avipe, UFPE e AD Diper visa aumentar a assertividade na produção de grãos em Pernambuco

 

Por Arthur Rios
29/05/21 às 08H10 atualizado em 29/05/21 às 07H54
Folha de Pernambuco

 

O mês de junho representa a chegada de um dos períodos mais esperados e tradicionais para os pernambucanos: o São João. Ao lembrarmos das comemorações, é impossível não pensarmos nas comidas feitas a partir do milho, como a canjica e a pamonha. Este ano não haverá festividade, mas uma boa notícia foi anunciada na véspera do período junino. A Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) firmaram uma parceria que pretende aumentar a assertividade na produção de grãos, como o milho, em todo o Estado.

A cooperação entre as três instituições, chamada de Grãos PE, visa a produção de um estudo tecnológico que deverá mapear os solos e associá-los às questões climáticas, aprimorando o mapeamento das chuvas e direcionando a produção dos grãos. “Quando se tem o conhecimento da cultura dos grãos, como suas necessidades hídricas e de solo, o plantio é simplificado, pois a área direcionada está adaptada a determinado grão. Os produtores vão ter uma visão mais estruturada, pois saberão as condições do solo, as possibilidades hídricas e as necessidades da cultura”, explicou o vice-presidente de abastecimento da Avipe, Josimário Florêncio.

Os bancos de dados e ferramentas que serão utilizados no processo fazem parte das atividades desenvolvidas pelo Observatório Nacional da Dinâmica da água e do Carbono no Bioma Caatinga (ONDACBC), da qual fazem parte os Programa de Pós-Graduação em Biometria e Estatística Aplicada, da UFRPE; e o Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Energéticas e Nucleares, da UFPE. “Esperamos que os dados gerados possam ser aplicados para fornecer informações úteis, no formato e na linguagem adequada para embasar políticas públicas e uso direto pelo setor de avicultura e, posteriormente, por outros setores da economia de Pernambuco”, afirmou o professor da UFPE e coordenador do ONDACBC, Rômulo Menezes.

A iniciativa poderá trazer soluções para o fator climático, que é um gargalo da agricultura pernambucana. “A cultura do milho é exigente de água e, nas últimas duas décadas, está havendo uma redução sistemática das chuvas. Além disso, as precipitações não estão acontecendo de forma espaçada ao longo do mês, e sim em dias episódicos. Isso é bastante prejudicial para a agricultura. Por isso, temos que pensar em outras técnicas, pois, se continuarmos produzindo da mesma forma, não teremos mais agricultura daqui a 10 anos”, ressaltou Francis Lacerda, Climatóloga e Pesquisadora do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA).

Um dos segmentos que mais sofrem com os problemas relatados por Francis é a agricultura familiar, que não tem o aparato tecnológico dos grandes agricultores. “O objetivo da Avipe é que Pernambuco se torne um grande produtor de milho, o que naturalmente vai contemplar a agricultura familiar. Os estudos vão ser amplos e públicos. A iniciativa foi tomada para que toda a população tenha acesso, principalmente o homem do campo, nas diversas regiões do Estado”, destacou o vice-presidente da Avipe.

 

Expectativa para o São João 2021

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foram comercializadas 850 toneladas de milho verde no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa) em abril, último mês com levantamento fechado. Em junho de 2020, foram vendidas 3.042 toneladas de espigas, número que deve ser parecido em 2021. “Os dados que eu tenho apontam para uma oferta muito parecida com a do ano passado, talvez ligeiramente superior. A comercialização já apresentou queda em 2019, independente da pandemia, então acredito que neste ano pode ser um pouco maior, mas ainda abaixo da média histórica”, analisou Marcos Barros, analista de mercado do Ceasa.

Já o preço da mão de milho no Ceasa sofreu reajuste de 20% em maio quando comparado ao mesmo período de 2020, variando entre R$ 20 e R$35. O valor deve permanecer neste patamar para o período junino.

 

Fonte: https://www.folhape.com.br/economia/conhecimento-e-tecnologia-em-prol-da-producao-de-milho-no-estado/185388/

 

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